Origens
Os primeiros habitantes da região de Salto Grande foram os índios das tribos Caiuás, Guaranis e Xavantes, que habitavam as vertentes do Rio Paranapanema por volta de 1843. Viviam às margens do rio, onde o Estado de São Paulo se divide com o Estado do Paraná. As margens do rio eram revestidas de espessa mata, ainda virgem, com soberbas e frondosas perobas. Existem evidências de que em 1864 houve uma tentativa de aldeamento em Salto Grande do Paranapanema (antigo nome da cidade), pois em 31 de agosto de 1860, foi transcrita no Cartório de Registro de Imóveis de Santa Cruz do Rio Pardo, sob o número 1193, uma escritura de doação na qual consta como doadora dona Antônia Maria Batista e seu filho, Joaquim Antônio Moreira, e com donatária Nossa Senhora do Patrocínio.Foto da cidade tirada em 1887 |
No entanto, em 1856, José Teodoro de Souza já apresentara para registro uma posse de terras que principiava em Salto Grande e terminava na embocadura do Rio Tibagi. Foram então os desbravadores, como José Teodoro de Souza e o Coronel Pedro Silvio Pocay, que deram origem a um povoado na região. José Teodoro trouxe das terras de Minas Gerais seus familiares, parentes e amigos, e, reunindo homens fortes, desceu o Rio Turvo e o Rio Pardo, chegando a Salto Grande. Por sua vez, o Coronel Pedro Silvio Pocay, imigrante italiano, que gostava de lidar com a terra, tratou logo de adquirir uma gleba de terras nas imediações do povoado. Como tinha um carisma especial no trato com as pessoas, conseguiu conquistar e dominar os habitantes do povoado, inclusive os remanescentes dos índios, que vinham da outra margem do Rio Paranapanema, os quais os conquistava com pequenos presentes, com fósforos, toucinho, aguardente e outras bugigangas que eles aceitavam com inusitada alegria. Isso impunha respeito por todos que o conheciam e também porque o Coronel Pocay tentava solucionar todos os problemas que lhe apresentavam. Com a ordem de exploração do rio Paranapanema, em 1886, dada pelo Conselheiro João Alfredo Correia, presidente da Província de São Paulo, chega à região uma comissão designada para a exploração, e com ela vem o engenheiro Teodoro Sampaio. Quando chegaram a essa região, encontraram algumas famílias no lugarejo, que viviam da caça, da pesca e do cultivo de produtos para sua subsistência. Teodoro Sampaio, em relatório de sua viagem exploratória, acerca do povoado por ele encontrado nessas terras, relata o seguinte:
Ergueu-se agora uma pequena povoação a margem paulista. Seus habitantes, todos muito pobres, possuem pequenas lavouras de cereais que apenas dão para o consumo local. Como lugar incipiente, não tinha nesta data nem comércio, nem mesmo comunicação postal com outros municípios vizinhos.
Antiga Rua Prudente de morais. |
Depois da Emancipação
Em 12 de outubro de 1909, pelas mãos progressistas do engenheiro Dr. Alfredo Maia, foi inaugurada a Estação Ferroviária de Salto Grande, pertencendo à Estrada de Ferro Sorocabana – a parada servia de baldeação aos passageiros que possuíam como destino as cidades vizinhas, como a cidade de Jacarezinho, Paraná. Anos mais tarde, em 1956, um novo prédio da estação foi construído,permanecendo em atividade até o ano de 1990. Foi criado, em 1915, um distrito com a denominação Paz de Ourinhos, pela Lei Estadual nº 1484, de 13 de dezembro de 1915, pertencendo ao município de Salto Grande. Foi elevado à categoria de município com a atual denominação de Ourinhos, pela Lei 1618, de 13 de dezembro de 1918, desmembrado de Salto Grande. O nome do município foi modificado em 8 de dezembro de 1922, por força da Lei Estadual 1887, passando a denominar-se apenas Salto Grande (antes chamado de Salto Grande do Paranapanema).
Em 5 de dezembro de 1910, começou a ser erguida a Igreja Matriz de Salto Grande, quando foi concedia a licença pelo Bispo de Botucatu, Dom Lúcio Antunes de Souza, para o padre Dionísio Perini, Vigário de São Pedro do Turvo, benzer a primeira pedra. Na comissão de obras estavam, entre outros, o Coronel Pedro Silvio Pocay e o Coronel Virgílio José Ferreira. A paróquia de Salto Grande foi criada por provisão episcopal da Santa Sé Apostólica do bispado de Botucatu em 6 de setembro de 1912 e assinada pelo bispo Dom Lúcio. O primeiro vigário da paróquia foi o Padre José Maria Pereiara Marinho.
Foto do antigo coreto e, ao fundo, a Igreja Matriz. |
Tanto que, no ano de 1922, o município recebeu a visita do Dr. Washington Luís e foi presenteado com a instalação da comarca, já reivindicada pelo jornalista Miguel Farah, que exercia grande influencia política, tanto na cidade, quanto na região.
Construção da Prefeitura |
Outro ponto que também influenciou a cidade em sua ascensão comercial foi, sem duvida, a Estrada de Ferro Sorocabana (principal via de transporte da região na época), pois Salto Grande, de 1910 a 1912, ficou como ponto final de linha, tornando a cidade o mais importante centro comercial da região.
A luz elétrica só foi instalada em Salto Grande em 1924, gerada por meio de uma caldeira a vapor que acionava um gerador, proporcionando assim a energia. Com isso, foi possível a instalação de um pequeno Cinema num barracão de madeira, sendo ele ainda mudo (o cinema falado só havia sido criado em 1927), mas contava com uma orquestra que fazia um fundo musical, de acordo o filme. A energia também estimulou a implantação de uma grande serraria, pertencendo a José Giorgi, e proporcionando mais desenvolvimento e organização para cidade. O primeiro telefone chegou à cidade de Salto Grande na década de 1920, ligando-se a cidade de Santa Cruz do Rio Pardo e passando pela fazenda do Coronel Cândido. Após alguns anos, foi instalado um Centro Telefônico da cidade.
Panorâmica da cidade por volta de 1940 por seu Direne. |
Revoluções
Salto Grande, por ser divisa entre os estados de São Paulo e Paraná, sofreu muito com as revoluções de 1924 e 1932.Revolução de 1924
Em 1924, chega à cidade o trem que transportava a tropa dos revolucionários, trazendo na frente da locomotiva uma estampa de uma caveira, denominada “coluna da morte”, que em geral servia para intimidar os habitantes. Tais rebeldes, comandados pelo Tenente João Cabanas, ocuparam a cidade, prendendo as autoridades e soltando os presos da cadeira municipal.A população que ali residia presenciou cenas de vandalismo, destruição, saques, roubos e ainda eram obrigadas a cavar trincheiras para os revolucionários. Qualquer tentativa de resistência era inútil, vendo que os revolucionários estavam fortemente armados. Tal revolução trouxe grandes prejuízos para a cidade e também para o Estado, pois os rebeldes, perseguidos pelas tropas oficiais, dirigiram-se para Mato Grosso, mas antes destruíram a ponte sobre o Canal do Inferno, impedindo a travessia para o Paraná, fato que frustrou toda a população da região. A Estrada de Ferro Sorocabana foi uma das maiores vítimas dessa retirada revolucionária, tendo várias estações quebradas e saqueadas.
Revolução de 1932
A Usina Hidrelétrica
Presidente Juscelino Kubitschek na inauguração da Usina. |
Construção da Usina |
Sempre fui muito agradecido à Deus por ter o privilégio de ter nascido nesta querida terra de gente maravilhosa. Tive a honra de ver duas poesias de minha autoria neste blog. Não sei quem organizou, mas me senti muito feliz por tal medida. As poesias tem os títulos: Meu pedaço de chão e Tic tac do Tempo. Grato a todos e principalmente a Deus. José Haroldo Unti (vurgo Harordinho Unti)
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