Hidrelétrica

A Usina Hidrelétrica de Salto Grande, hoje também denominada Usina Governador Lucas Nogueira Garcez, foi construída pelo barramento do rio Paranapanema e de seus afluentes, rio Novo e o Ribeirão dos Bugres. A construção da usina começou em 1951 e foi concluída no ano de 1958, possui 4 turbinas tipo Kaplan, sendo 3 capazes de produzir 17,5 MW e uma, repotenciada, capaz de produzir até 21 MW, operando com uma potência máxima de 74 MW, a partir de um desnível de 15,3 m. A área do reservatório é de 12 km². A usina possui um programa ambiental: Estação de Hidrobiologia e Aquicultura.
Vista panorâmica da Usina.

É administrada pela Duke Energy desde de 1996. A usina é a mais antiga hidrelétrica em operação no rio Paranapanema, possuindo um valor histórico imenso. A construção da usina e operação contribuiu para o desenvolvimento da região, atraindo indústrias e fomentando o transporte ferroviário, sendo também reconhecida por ter participado do início da nacionalização da tecnologia hidrelétrica no Brasil.
Turbinas tipo Kaplan presentes na usina.

Seu nível máximo operacional é de 384,67 m acima do nível do mar, seu nível mínimo operacional é de 381,17 m acima do nível do mar. É considerada uma usina hidrelétrica a fio d'água. A bacia decompensação atinge uma área igual a 540 alqueires paulistas, ou 306,80 ha e sua barragem mede 920 metros de extensão e 20 metros de altura, atingindo um volume de 60 milhoes de m3. Hoje a Usina Hidrelétrica Lucas Nogueira Garcez é um dos principais atrativos turísticos de Salto Grande e fonte de recursos econômicos do município.

Histórico do Projeto

Na região do município de Salto Grande, o Rio Paranapanema se dividia em dois braços, dando origem a uma ilha com cerca de 1,5 km de extensão. A cachoeira Salto Grande, ficava no braço maior, do lado do estado do Paraná. Após a queda, as águas da cachoeira passavam a correr por uma garganta estreita, de grande profundidade, conhecida como Canal do Inferno.

Cachoeira Salto Grande, antes da construção da Usina.

Na margem do rio pertencente a São Paulo, havia o Canal Paulista, com fortes corredeiras. Conhecido desde o século XIX, o Salto Grande era elogiado por engenheiros como Teodoro Sampaio, responsável pelo trabalho da Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo, que catalogou o território do estado.
“O salto propriamente dito, é uma queda d’água do mais belo efeito, no tempo da vasante, quando os grandes rochedos, que formam a linha da queda, mostram-se descobertos em pitoresco contraste com os novelos de espuma alvíssima que irrompem por uma infinidade de canais de todas as dimensões. Vista de curta distância, como da ponta em que termina a ilha grande da parte de baixo, a linha da queda, cujo comprimento é de cerca de 205 metros, simula grande muralha, de altura uniforme, lavada, aqui por possantes jorros d’agua, acolá à direita por tênues fios de notável brancura entre as pontas negras da pedra. Na época das enchentes o maior volume d’água, fazendo desaparecer toda essa beleza, dá todavia ao salto em efeito imponente.”
A autorização para construção da Usina ocorreu em 1949 e veio diretamente do governador do estado de São Paulo, na época Adhemar de Barros. Para garantir e ampliar o fornecimento de energia elétrica para a região do Paranapanema, o governo modificou o projeto, definindo a construção de uma usina maior. Para isso foi necessário financiamento internacional, pois todos os equipamentos mecânicos e elétricos foram importados da França e dos Estados Unidos.

Vista geral da barragem da usina Salto Grande na época da inauguração, 1958

As obras civis de Salto Grande começaram em 1951 e a inauguração ocorreu em 28 de abril de 1958, com a presença do presidente da república, Juscelino Kubitschek, e do governador do estado de São Paulo, Jânio Quadros. Mas a usina somente começou a operar com carga máxima em abril de 1960, quando o último grupo gerador entrou em operação. Com isso, a potência instalada da usina passou a ser de 68 MW.

Dados Técnicos da Obra 

A barragem do tipo de gravidade, construção inteiramente em concreto, tem mais de mil metros de comprimento e altura média de 20 metros. Assentada totalmente em rocha basáltica, a barragem precisou ter sua fundação tratada cuidadosamente com injeções de cimento, para garantir sua consolidação e impermeabilização adequadas.

Tem oito comportas de setor, tipo radial, um vertedouro de emergência e dois trechos em contraforte. Entre os dois trechos está implantada a casa de força. Os vertedouros, o principal e o de emergência, foram previstos para liberar 6.000 m3/s, duas vezes a maior enchente já verificada. O vertedouro complementar representa o trecho curvo da barragem e é utilizado sempre que o nível das águas no reservatório excede a cota das águas normais. A casa de força, encaixada no corpo da barragem comporta quatro turbinas do tipo Kaplan, de eixo vertical

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